Tecitec aposta no compacto
A partir de uma filosofia de tratamento biológico de efluentes que atende plenamente aos limites impostos pela legislação brasileira com ênfase ao parâmetro de DQO, a Tecitec, empresa que atua no mercado há 18 anos, projetou e desenvolveu o sistema TCT-BioCompact, que possibilita aplicação de cargas orgânicas maiores que as convencionais sem comprometimento da eficácia, mesmo em condições severas de trabalho, como por exemplo em meio com concentrações de cloretos superior a 6000 ppm.
A estação compacta biológica foi desenvolvida para tratamento de esgoto sanitário, com alto nível de redução de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo, contemplando desinfecção e propiciando, assim, reciclagem elevada do efluente tratado em vasos sanitários, áreas verdes, processos industriais, torres de resfriamento, selagem de bombas, refriamentos em geral, garantindo também, descarte em lagos, lagoas, ou represas, sem a ocorrência do fenômeno da eutrofização.
Para ser idealizado, o sistema consumiu um mês de estudos conceituais mais outro para estudos laboratoriais e, finalmente, três meses para os trabalhos em escala piloto. Transcorridos esses cinco meses, o sistema acabou sendo apresentado a algumas empresas, cabendo à Malhas Kepper, de Juiz de Fora (MG), o privilégio de utilizar o primeiro sistema a ser implantado no país. Segundo informações da empresa, no novo sistema os efluentes são encaminhados até uma unidade de equalização e, posteriormente, por meio de uma estação elevatória de efluentes são bombeados para as unidades de tratamento preliminar, seguindo, depois, para a estação de tratamento biológico. Na fase preliminar ocorre a redução de cor e de poluentes diversos, propiciando maior estabilidade e regularidade ao sistema biológico instalado a jusante. A espuma e os sólidos gerados nesta fase são encaminhados ao reator de lodo e, em seguida, sofrem desidratação em filtro prensa. Já o efluente clarificado segue para o reator biológico.
A ETB foi constituída de unidades de tratamento do processo de lodos ativados, compostas por reator biológico com meio suporte submerso, clarificador e subsistema de reciclo contínuo de lodo. No reator biológico, que contém enchimento plástico (elementos corrugados, dispostos de forma ordenada no meio), ocorre o desenvolvimento dos microrganismos que promovem a biodegradação da matéria orgânica degradável biologicamente. O oxigênio requerido para o processo é fornecido por insuflamento de bolhas finas.
A utilização de difusores de bolhas finas para introdução de oxigênio nos reatores biológicos propicia aumento de eficiência de tratamento e elimina a geração de aerossóis. Após o reator biológico, o lodo ativado é encaminhado ao flotador compacto , cuja finalidade consiste em clarificar o efluente tratado. Esta separação ocorre por introdução de ar dissolvido, onde o lodo flotado é então removido e retorna ao reator biológico, enquanto o efluente tratado segue para filtração, sendo contemplada também uma derivação para que se realize o descarte do excesso de lodo.
Revista Saneamento Ambiental Março/Abril, 2002